Roer Unhas: Um Hábito Inofensivo com Consequências Alarmantes para a Saúde Bucal e Geral

Um hábito aparentemente inofensivo, roer as unhas, atinge uma parcela significativa da população mundial, entre 20% e 30%, e suas consequências vão muito além de unhas mal cuidadas. A onicofagia, termo técnico para essa compulsão, pode desencadear uma série de problemas de saúde que afetam tanto a cavidade oral quanto o bem-estar geral.
A relação entre roer unhas e a saúde bucal é mais íntima do que se imagina. A dentista Dra. Isdra Manuela alerta para os diversos danos que esse hábito pode causar aos dentes. “O ato repetitivo de roer as unhas leva ao desgaste do esmalte dentário, tornando os dentes mais suscetíveis a trincas e fraturas“, explica a especialista.
Pacientes que possuem lentes de contato ou facetas dentárias precisam redobrar a atenção. Segundo a Dra. Isdra, a pressão constante e os microtraumas causados pela onicofagia aumentam significativamente a probabilidade de tratamentos malsucedidos, com quebras e descolamentos dessas restaurações.
As implicações não param por aí. Roer unhas pode levar à perda de estrutura dentária e até mesmo ao mau posicionamento dos dentes. A musculatura da face e a articulação temporomandibular (ATM) também podem ser afetadas pelo movimento repetitivo, causando dores e disfunções.
A saúde geral também é colocada em risco. As unhas abrigam uma variedade de bactérias, fungos e vírus que são facilmente transferidos para a boca ao serem roídas. Essa contaminação pode ser a porta de entrada para infecções como herpes, HPV e candidíase oral.
A especialista enfatiza a importância da observação dos pais em relação aos hábitos dos filhos. “Em crianças, roer unhas pode ser um indicativo de que algo não está bem, como estresse, ansiedade ou medo, e essa manifestação deve ser investigada e abordada”, orienta a dentista. Intervir precocemente pode evitar o desenvolvimento de um hábito crônico com consequências mais sérias.
Para aqueles que já possuem implantes dentários, roer unhas pode comprometer a estabilidade do tratamento, levando ao afrouxamento da coroa. A associação com o bruxismo, o ranger de dentes, agrava ainda mais os efeitos negativos em pacientes com lentes de contato e facetas, potencializando quebras e desgastes.
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