Professores da Rede Municipal de Teresina Decidem Continuar Greve por Reajuste Salarial
Na manhã desta terça-feira (18), os professores da rede municipal de ensino de Teresina votaram pela continuidade da greve iniciada na segunda-feira (17). A assembleia foi realizada em frente à Câmara Municipal de Teresina, na Zona Norte da capital, onde os educadores reforçaram suas reivindicações por um reajuste salarial maior do que o oferecido pela Prefeitura de Teresina.

O coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), Sinésio Soares, informou que a greve só será encerrada quando os professores forem recebidos pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil) para negociarem um aumento salarial justo. A categoria pede um reajuste de 22,07%, enquanto a gestão municipal propôs um aumento de 6,5%, que é considerado insuficiente pelos educadores.
Sinésio argumentou que a Prefeitura de Teresina tem condições financeiras de atender a reivindicação, citando o repasse de R$ 85 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), feito em janeiro de 2025. “Esse valor é um recorde histórico. Entraram R$ 14 milhões a mais que no mesmo período do ano passado. Agora, em fevereiro, já entraram R$ 28 milhões. A Prefeitura tem condições de pagar o aumento de 22,07%”, afirmou o coordenador-geral.

Além disso, ele citou a Constituição Federal, que prevê que 25% da receita dos estados e municípios seja destinada à educação pública. “Esse dinheiro também pode ser utilizado para custear o reajuste pleiteado pelo sindicato“, completou Sinésio.
Durante a assembleia, os professores foram recebidos pelo vereador João Pereira (PT), que integra a Comissão de Educação da Câmara Municipal e se comprometeu a ajudar na negociação do aumento salarial. A assessoria de imprensa do vereador informou que ele aguarda o envio do projeto de reajuste da Prefeitura à Câmara para iniciar as discussões no plenário.
Sinésio também destacou que a Prefeitura não está cumprindo as dívidas relacionadas aos reajustes de 2022, 2023 e 2024, conforme apontado pelo Tribunal de Contas do Piauí (TCE-PI). “Temos o direito de greve como uma arma legal“, concluiu o coordenador-geral do Sindserm.

Em resposta, o secretário de Administração de Teresina, Marcos Elvas, explicou que o aumento de 6,5% proposto pela gestão municipal terá um impacto de R$ 38 milhões na folha de pagamento da educação municipal, enquanto a convocação dos professores custará R$ 25 milhões. Com isso, o impacto financeiro total será de R$ 63 milhões no ano.
“Para quem recebeu a Prefeitura da forma como foi, acho que é impossível fazer mais. Entendo a posição do sindicato, e no regime democrático é possível ter várias visões. Porém, é necessário ter a capacidade de pagamento“, afirmou o secretário.
A greve dos professores continua, com a categoria aguardando uma resposta da Prefeitura para dar continuidade às negociações.
Fonte: G1
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