Professores da rede estadual iniciam especialização para fortalecer o ensino de literaturas afro-brasileira e indígena nas escolas

A aula inaugural foi realizada no Auditório do Palácio Pirajá, em Teresina, e contou com a presença da superintendente de Ensino da Seduc, Viviane Faria, que representou o secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira. A abertura do curso também contou com a participação de autoridades acadêmicas e políticas, além da ilustre presença da professora Dra. Geni Brito, que conduziu a palestra inaugural com o tema “Da terra negra do baobá, de cunhãs e curumins, da reza dos orixás ao surgimento da cultura mestiça”.

Com uma carga horária de 480 horas e aulas quinzenais às sextas e sábados, a especialização oferece 50 vagas, sendo 40 destinadas a servidores da Seduc e 10 para docentes e técnicos da Uespi. O curso visa capacitar os participantes para o ensino das culturas afro-brasileiras, africanas e indígenas, em conformidade com as leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornam obrigatória a inclusão desses conteúdos nos currículos escolares.

Fortalecendo a Educação Antirracista

A iniciativa faz parte do Programa Educar Para Respeitar, uma ação estratégica do Governo do Estado que busca valorizar a diversidade e promover uma educação antirracista e inclusiva. O secretário Washington Bandeira destacou a importância dessa especialização para a implementação da política de equidade e qualidade no ensino. “Essa especialização reforça nossa política de equidade e qualidade no ensino, alinhada às diretrizes do Governador Rafael Fonteles. É um passo importante para transformar vidas por meio do conhecimento, garantindo que ninguém fique para trás“, afirmou Bandeira.

A professora Dra. Geni Brito, especialista em Estudos Literários e pesquisadora em Literaturas Africanas pela Universidade de Coimbra, foi a responsável pela aula inaugural. Ela enfatizou a importância de resgatar as raízes culturais afro-brasileiras e africanas, discutindo temas essenciais sobre a história e as culturas dos povos africanos e indígenas. Brito também atua como coordenadora do Grupo Intercultural “Vozes da África” e curadora do projeto “Letras Lusófonas”, além de ser pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Afro-NEPA/CNPq, da Uespi.

O Impacto da Formação Docente

Para os participantes, o curso representa uma oportunidade valiosa de atualização pedagógica. Núbia Paula, professora de Língua Portuguesa e uma das participantes da especialização, compartilhou sua empolgação com a nova formação. “É uma oportunidade para expandir nosso conhecimento e trocar ideias com outros professores. Vou enriquecer meu repertório para abordar essas temáticas de maneira mais equitativa em sala de aula, beneficiando diretamente meus alunos“, disse.

O Professor Dr. Feliciano Bezerra Filho, líder do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro (NEPA) da Uespi, também ressaltou a importância dessa formação. “Essa especialização fornece aos docentes as ferramentas necessárias para implementar as disciplinas previstas em lei, promovendo uma educação antirracista e inclusiva“, afirmou Bezerra Filho.

Educar Para Respeitar: Uma Mudança Transformadora

O Programa Educar Para Respeitar, que já tem impactado positivamente as escolas de tempo integral do Piauí, busca ampliar a representatividade nas escolas e criar ambientes de respeito e inclusão. Com ações como a especialização em Literaturas, Histórias e Culturas Afro-Brasileiras, Africanas e Indígenas, o Piauí se consolida como referência em educação para as relações étnico-raciais no Brasil.

Ao final do curso, a expectativa é que os professores capacitados estejam preparados para implementar metodologias inovadoras e fortalecer o diálogo sobre identidade e cultura, enriquecendo a experiência educacional dos alunos em todo o estado.

O curso, com seu foco na educação antirracista, representa um passo fundamental para garantir que as futuras gerações de estudantes tenham acesso a uma educação mais justa e inclusiva, refletindo a diversidade cultural e étnica do Brasil.