“Não será uma transição de poder pacífica”, diz professora sobre Síria
A queda do governo de Bashar al-Assad na Síria, na madrugada de domingo (8), marca o início de um período de grande instabilidade no país, segundo a professora Danielle Ayres, especialista em política internacional e segurança da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Em entrevista à CNN Brasil, Ayres afirmou: “Não será uma transição tranquila”. A especialista destaca que a fragmentação étnica e religiosa do território sírio contribui para a complexidade da situação atual.
Disputa pelo poder e risco de guerra civil
A Frente pela Libertação do Levante surge como uma das principais forças articuladoras para a formação de um novo governo. Contudo, Ayres destaca que “diversos grupos estão competindo nesse processo“. Essa competição pelo poder pode colocar o país em risco de enfrentar outra guerra civil, caso não ocorra uma intervenção externa.
A professora alerta: “A turbulência vai ser efetiva nas próximas semanas e até meses”. Para evitar um conflito prolongado, Ayres aponta que uma coalizão internacional, envolvendo potências como Estados Unidos e Rússia, poderia facilitar uma transição mais estável.
Impacto geopolítico regional
O futuro governo sírio terá que definir seu posicionamento na geopolítica regional, decidindo se alinhará mais com Israel ou manterá laços estreitos com o Irã, como era característico do regime de Assad.
Ayres conclui que a legitimação de um novo governo, aparentemente preferido pela população em comparação ao regime de Assad, dependerá de sua capacidade de navegar essas complexas relações internacionais e garantir estabilidade interna.
Fonte: Cnn Brasil
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