Feira de ciências do Ceti João Henrique transforma salas de aula em biomas vivos com arte, cinema e conscientização ambiental
Mais do que uma feira de ciências, um verdadeiro mergulho em criatividade, consciência ambiental e expressão artística. Assim foi a 16ª edição da Feira de Ciências do Centro de Ensino de Tempo Integral (Ceti) João Henrique de Almeida Sousa, em Teresina. Com o tema “O solo em que pisamos”, o evento envolveu mais de 300 estudantes do Ensino Médio em uma jornada interdisciplinar que traduziu, na prática, os princípios da educação em tempo integral no Piauí.
As salas de aula se transformaram em espaços temáticos dedicados aos diferentes biomas brasileiros, com cenografias criadas a partir de materiais reaproveitados e apresentações que iam de peças teatrais a produções audiovisuais. Cada turma ficou responsável por representar um bioma, promovendo experiências de aprendizado que iam além do conteúdo tradicional.

Para a aluna Ana Luiza Rodrigues, da 3ª série, a conexão entre arte e ciência foi fundamental para ampliar os horizontes da aprendizagem. “Usamos o cinema como porta de entrada para falar sobre a preservação dos mares, inspirados no filme Avatar: O Caminho das Águas. Isso nos ajuda a desenvolver, não só o conteúdo, mas habilidades que vão muito além da escola, como comunicação, criatividade e trabalho em equipe”, relatou.
A preocupação com a sustentabilidade também foi destaque. A estudante Lara Gabriely ressaltou o cuidado com o reaproveitamento de materiais: “A proposta da escola também era gerar menos lixo. Então, reutilizamos quase tudo na decoração. É uma forma de viver na prática o que aprendemos sobre consciência ambiental.”
Entre os destaques da feira, esteve a produção de curtas-metragens feitos pelos próprios alunos. A estudante Lívia Macedo participou da criação de um curta de 15 minutos sobre o bioma dos Pampas. “A gente aprendeu sobre o conteúdo, mas também sobre amizade, convivência e como trabalhar juntos”, contou.

Para a gestora da escola, Deusenira Santos, a feira é um reflexo do que o modelo de tempo integral é capaz de proporcionar. “Eles se envolvem desde a escolha do tema até a execução. Desenvolvem oralidade, empatia, espírito de liderança. E, mais importante, percebem que são capazes de muito mais do que imaginam.”
Essa proposta pedagógica está alinhada à política da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), que tem priorizado a expansão do tempo integral. Em 2025, todas as escolas de Ensino Médio do Piauí já adotam o modelo.
“O tempo integral permite esse tipo de experiência transformadora. A feira é um exemplo de como a escola pode ser um espaço de protagonismo, criatividade e formação cidadã. Queremos formar não apenas bons alunos, mas pessoas preparadas para mudar o mundo”, afirmou o secretário da Educação, Washington Bandeira.
Mais do que tempo estendido, o modelo oferece pertencimento e oportunidade, como define a própria Ana Luiza:
“Aqui, a escola virou o meu lugar. A gente encontra apoio, acolhimento e oportunidade. Tudo o que precisamos para sonhar mais alto.”
A Feira de Ciências do Ceti João Henrique é, portanto, mais do que um evento anual. É a prova viva de que a educação pode — e deve — ser transformadora.

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