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DHPP indicia mulher por feminicídio e por forjar suicídio da namorada em Teresina

DHPP indicia mulher por feminicídio e por forjar suicídio da namorada em Teresina

A Polícia Civil do Piauí concluiu a investigação sobre a morte de Karita Joara de Lima Santos, de 35 anos, que foi encontrada morta em sua casa no bairro São Pedro, zona Sul de Teresina, em 26 de setembro. Maria do Perpétuo, que teve um relacionamento de três meses com a vítima, foi acusada de feminicídio e fraude processual, após evidências indicarem que ela teria encenado um suicídio.

Karita Joara de Lima morreu em 26 de setembro de 2024 em sua casa no bairro São Pedro, Zona Sul de Teresina — Foto: Daniel Lustosa


De acordo com a delegada Nathália Figueiredo, responsável pelo Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os laudos cadavéricos e as perícias realizadas no local do crime foram determinantes para elucidar a situação.

“Após as diligências, incluindo o laudo cadavérico, foi confirmado que a vítima foi estrangulada. Por isso, consideramos que houve feminicídio e também fraude processual, pois a suspeita inicialmente afirmou que se tratava de suicídio. Tanto os laudos do local quanto o cadavérico indicam que a morte foi violenta, por meio de estrangulamento”, detalhou a delegada.

A delegada esclareceu que as lesões identificadas no corpo de Karita não eram compatíveis com a versão fornecida por Maria do Perpétuo. Além disso, ficou comprovado que apenas as duas estavam na casa no momento em que a morte ocorreu.

“Ela afirmou que apenas as duas estavam na residência, e as câmeras de segurança não registraram a presença de outras pessoas no local durante o ocorrido. Outras pessoas apareceram apenas depois do relato da morte. Testemunhas, como vizinhos e familiares, também descreveram um perfil psicológico da vítima que não corresponde à versão de suicídio dada pela suspeita. Os laudos foram fundamentais e indicaram lesões compatíveis com luta corporal, mas não com enforcamento seguido de queda”, destacou Nathália Figueiredo.

A delegada acrescentou que, devido ao prazo processual de dez dias após a prisão preventiva de Maria do Perpétuo, não foi possível aguardar o laudo toxicológico, mas ele será encaminhado ao Poder Judiciário assim que estiver concluído.

“Cumprimos a prisão preventiva da suspeita na semana passada, e o Código de Processo Penal nos dá um prazo de dez dias para concluir o inquérito. Por isso, não houve tempo suficiente para aguardar o laudo toxicológico. Contudo, ele será encaminhado ao Ministério Público para análise, e o órgão poderá considerar essas informações posteriormente”, concluiu a delegada.

Agora, o caso será avaliado pelo Ministério Público, que analisará as evidências e decidirá se apresentará uma denúncia.

Karita Joara de Lima Santos foi encontrada morta em sua residência no dia 26 de setembro. Sua companheira, Maria do Perpétuo, estava presente e alegou ter encontrado Karita enforcada. Elas mantinham um relacionamento de cerca de três meses.

Foto: Karita Joara


O caso foi inicialmente tratado como suicídio, mas o laudo cadavérico revelou que a vítima foi assassinada de forma violenta por estrangulamento.

No dia 27 de novembro, Maria do Perpétuo foi presa sob acusação de homicídio qualificado, com as agravantes de feminicídio, uso de meio cruel e fraude processual. Na semana passada, sua prisão foi convertida para preventiva.

A delegada Nathália Figueiredo destacou que apenas Karita e Maria estavam presentes no momento do crime. Segundo familiares e vizinhos, a relação entre elas era conflituosa, com constantes desentendimentos. Ambas trabalhavam na mesma empresa, e colegas confirmaram a frequência das discussões.



Fonte: 180 Graus

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