Deputada quer obrigar escolas a exibirem filme Ainda Estou Aqui
Com a proximidade da cerimônia do Oscar de 2025, onde o longa-metragem brasileiro “Ainda Estou Aqui” está concorrendo a diversas estatuetas, uma nova proposta foi protocolada na Câmara dos Deputados que chama a atenção para a relevância da obra no cenário educacional do Brasil. A deputada Delegada Adriana Accorsi (PT-GO) apresentou um projeto de lei que propõe que escolas públicas e privadas sejam obrigadas a exibir o filme pelo menos uma vez por ano.

O projeto, protocolado na segunda-feira (10/2), visa integrar o filme ao programa pedagógico das escolas brasileiras. Além da exibição anual, a proposta determina que as instituições de ensino promovam atividades relacionadas ao conteúdo do filme, como discussões orientadas pelos professores e a elaboração de redações pelos alunos, incentivando o debate sobre os temas abordados na obra.
Em sua justificativa, a deputada afirma que o projeto busca garantir que todos os alunos do ensino médio tenham acesso à obra, de forma que possam refletir sobre suas mensagens de maneira orientada, contribuindo para uma educação mais humanística, inclusiva e transformadora.

“Este projeto de lei busca garantir que todos os alunos do ensino médio tenham acesso à obra e possam debater suas mensagens de forma orientada e reflexiva, contribuindo para uma educação humanística, inclusiva e transformadora”, explicou a deputada no texto do projeto.
As escolas também seriam obrigadas a manter registros das atividades realizadas sobre o filme e enviar relatórios anuais às respectivas secretarias de educação. Caso não cumpram essas exigências, as instituições poderiam estar sujeitas a sanções administrativas, conforme previsto no projeto de lei.
“Ainda Estou Aqui” é um filme que conta a história de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado cassado Rubens Paiva, que foi morto durante a Ditadura Militar. O longa explora a trajetória da família Paiva após o desaparecimento do ex-parlamentar, abordando temas como a luta pela verdade e a busca por justiça.
A proposta de exibição obrigatória do filme nas escolas gera um importante debate sobre a necessidade de discutir a história recente do Brasil, em especial os períodos de repressão e os desafios enfrentados pelas famílias que sofreram com o regime militar. A ideia é que a obra contribua para a formação de uma consciência crítica nas novas gerações sobre a importância da democracia e dos direitos humanos.
O projeto ainda precisa passar por discussões e aprovações nas comissões da Câmara dos Deputados e, caso seja aprovado, seguirá para o Senado e, posteriormente, para a sanção do presidente da República.
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