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A dança das cadeiras na coordenação da bancada do Piauí

A dança das cadeiras na coordenação da bancada do Piauí

Reprodução

Por trás dos gestos protocolares e das declarações diplomáticas, a escolha do novo coordenador da bancada federal piauiense revela bem mais do que uma simples substituição de nomes. Nesta quarta-feira, às 15h, em Brasília, os parlamentares do Piauí — deputados e senadores — definirão quem assumirá a função que, até agora, vinha sendo exercida por Florentino Neto (PT).

Florentino encerra sua missão com o discurso tradicional de “consenso”, palavra frequentemente usada para disfarçar disputas internas, costuras partidárias e acordos estratégicos. Ainda que o deputado evite indicar preferências, o nome de Merlong Solano, também do PT, desponta como o mais cotado para assumir o posto. Não por acaso: o Partido dos Trabalhadores, com quatro deputados e um senador no Congresso, detém hoje o maior peso político dentro da representação piauiense.

A coordenação da bancada é um cargo de bastidor, mas com forte impacto na destinação de emendas, articulação de projetos prioritários para o estado e interlocução com o Palácio do Planalto. É, em suma, uma posição estratégica — e, portanto, disputada. A eventual confirmação de Merlong Solano seria uma forma de o PT manter o protagonismo, reforçando a influência do partido não apenas na esfera federal, mas também na dinâmica interna da política piauiense.

Resta saber se esse “consenso” será realmente unânime ou apenas o resultado de uma correlação de forças momentaneamente favorável ao PT. Em política, até o silêncio carrega mensagens.

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