Criativo e com suporte técnico da equipe de nutrição, cardápio das escolas da rede estadual valoriza alimentos saudáveis
O Ministério da Educação (MEC) publicou, nesta terça-feira (4), uma portaria que determina a redução de 15% na quantidade de produtos ultraprocessados presentes nas merendas das escolas públicas em todo o Brasil. A medida visa melhorar a qualidade nutricional da alimentação escolar e reduzir o consumo de alimentos industrializados e cheios de aditivos químicos.

No Piauí, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) já adotava práticas de alimentação saudável, pautando suas políticas nutricionais pela compra de produtos frescos e evitando alimentos industrializados. A nova orientação do MEC reforça o trabalho da Seduc, que, com apoio da equipe de nutricionistas, desenvolve cardápios balanceados e nutritivos nas escolas da Rede Estadual de Ensino.
Com a orientação de profissionais da saúde e muita criatividade, as merendeiras das escolas estaduais já estavam deixando para trás os alimentos ultraprocessados. O cachorro-quente, um dos pratos favoritos dos alunos, foi adaptado: a salsicha e os molhos industrializados deram lugar a ingredientes mais naturais e frescos. Achocolatados foram retirados da lista de compras e substituídos por cacau em pó, que pode ser adicionado ao leite. Além disso, refrigerantes, sucos artificiais e biscoitos recheados têm sido proibidos há muito tempo.
A nutricionista Ana Vitória Barros Salomão, da 21ª Gerência Regional de Educação (GRE), destacou que a política de alimentação escolar no estado prioriza produtos da agricultura familiar. “Priorizamos itens como arroz, feijão, carneiro desossado, frutas como melancia e mamão, além de alimentos típicos da nossa região, como cuscuz. Durante visitas às escolas, ouvimos os alunos para garantir que gostem das refeições servidas. Muitos até repetem o prato, o que é um sinal de que estamos no caminho certo”, afirmou Ana Vitória.

Letícia de Fátima de Sousa Magalhães, estudante do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Modestina Bezerra, em Teresina, relatou sua satisfação com as refeições. “Gosto muito da comida da escola. Sempre servem arroz, creme de galinha, macarrão e salada. A gente se alimenta bem e nos horários certos, o que ajuda nos estudos”, disse a jovem.
Em 2024, a Seduc destinou mais de R$ 137 milhões para a compra de produtos alimentícios para as escolas estaduais, valor que inclui tanto os aportes do Estado quanto repasses do Governo Federal. O investimento na alimentação escolar também é um incentivo à produção de pequenos produtores rurais, que fornecem alimentos frescos e saudáveis para as escolas.
A partir deste ano, com a universalização do modelo de Educação em Tempo Integral nas escolas estaduais, todos os estudantes da rede pública terão direito a três refeições diárias. O Secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, ressaltou a importância dessa medida para o aprendizado. “Com o apoio da Secretaria de Agricultura Familiar, estamos melhorando a qualidade alimentar nas escolas e promovendo o desenvolvimento da agricultura familiar. Em 2024, o Governo do Estado investiu mais de R$ 17 milhões na compra de produtos de pequenos produtores, ultrapassando os 30% exigidos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)”, destacou Bandeira.

Além de garantir uma alimentação escolar de qualidade para os estudantes, o investimento na agricultura familiar tem um impacto direto na renda de pequenos produtores rurais. Raimundo Nonato Neto, presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Povoado Ave Verde (Asproverde), ressaltou a importância dessa parceria. “Dependendo da capacidade de produção, cada produtor rural pode receber até mais de um salário-mínimo por mês. Então é uma renda muito importante para nós, isso nos ajuda a permanecer no campo. A gente se sente valorizado e entende que o nosso trabalho é importante para a alimentação escolar”, afirmou Raimundo.
Essa iniciativa não só fortalece a agricultura familiar no estado, como também garante que os alunos recebam uma alimentação nutritiva e balanceada, essencial para o seu aprendizado e bem-estar. O Piauí se destaca como modelo na implementação de uma alimentação escolar mais saudável e sustentável.
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