Avó de crianças envenenadas no Piauí é presa por suspeita de participação no crime
Na sexta-feira (31), Maria dos Aflitos, mãe e avó das vítimas que morreram após ingerirem arroz envenenado durante o almoço de Ano Novo, foi presa em Parnaíba, litoral do Piauí. Ela é esposa de Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, que já se encontra detido desde o dia 8 de janeiro, acusado de ser o principal responsável pelos assassinatos.

O envenenamento, que aconteceu no dia 1º de janeiro, resultou na morte de seis pessoas da mesma família, incluindo dois filhos e três netos de Maria dos Aflitos. As vítimas fatais foram Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, e os três netos de Maria dos Aflitos: Igno Davi Silva, de 1 ano e 8 meses, Maria Lauane Fontenele, de 3 anos, e Maria Gabriele Fontenele, de 4 anos. Também morreu a ex-nora de Maria, Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, que foi hospitalizada após ingerir o alimento contaminado, mas faleceu após 20 dias internada.

O caso, que inicialmente parecia um acidente alimentar, tomou contornos mais graves quando a polícia identificou que o arroz estava contaminado com terbufós, um pesticida altamente tóxico. O laudo do Departamento de Polícia Científica do Piauí confirmou a presença do veneno tanto na comida quanto no estômago das vítimas. Nove pessoas da família foram hospitalizadas após consumirem o “baião de dois” envenenado. Seis delas não resistiram e morreram. Entre os sobreviventes, Francisco Pereira foi internado e alegou ter ingerido o arroz envenenado, mas foi liberado no mesmo dia, o que levantou suspeitas sobre sua versão. Maria dos Aflitos, por sua vez, não teria consumido o prato.
A investigação apontou que Francisco tinha um histórico de desentendimentos com a enteada Francisca Maria, com quem ele mantinha uma relação tumultuada. O delegado Abimael Silva, responsável pelas investigações, revelou que o padrasto tinha sentimentos de raiva e desprezo por Francisca, o que pode ter motivado o crime. Além disso, a polícia acredita que Francisco tenha mentido sobre sua ingestão do arroz envenenado, o que reforça a suspeita de que ele seja o responsável pela morte de seis familiares.
O caso ganhou ainda mais repercussão após uma tragédia anterior envolvendo o mesmo núcleo familiar. Em 2024, Francisca Maria perdeu dois filhos, Ulisses, de 8 anos, e João Miguel, de 7, que morreram após ingerirem cajus envenenados com chumbinho, supostamente dados por uma vizinha. Lucélia Maria da Conceição, de 53 anos, foi presa como principal suspeita, mas sempre alegou inocência. Após novas mortes na família, a investigação foi reaberta e, com o laudo da Polícia Científica, foi descoberto que os cajus não estavam contaminados, sendo o padrasto da mãe das crianças apontado como responsável pelos dois envenenamentos.

Com o desdobramento do caso, Lucélia foi libertada no dia 13 de janeiro, após passar meses presa injustamente. Agora, as investigações estão focadas em Francisco de Assis Pereira da Costa, que se tornou o principal suspeito de ter causado a morte de sua esposa, enteados e netos, em uma sequência de tragédias que abalaram a cidade de Parnaíba e deixaram a comunidade local em choque.
A Polícia Civil de Parnaíba afirmou que mais detalhes sobre o caso só serão divulgados após a conclusão do inquérito, mas a prisão de Maria dos Aflitos e o aprofundamento das investigações indicam que mais informações sobre o envenenamento e os possíveis responsáveis estão por vir.
Fonte: Sbt News
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