Veto de Lula à ampliação de vagas na Câmara impacta estratégia de partidos no Piauí

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de vetar o projeto que criaria 18 novas vagas de deputados federais já começa a provocar efeitos concretos na organização partidária para as eleições de 2026, especialmente no estado do Piauí. O projeto, aprovado pelo Congresso Nacional, buscava evitar a redistribuição de cadeiras com base no Censo de 2022, mantendo a representação de estados que perderiam vagas. Com o veto mantido, o número de cadeiras permanece em 513, e a redistribuição será feita conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Repercussão nas legendas piauienses
No Piauí, onde a bancada federal será mantida em oito cadeiras e a Assembleia Legislativa contará com 24 vagas, partidos da base governista já ajustam suas estratégias. Pelo menos três siglas confirmaram que irão montar chapas próprias para disputar vagas na Câmara dos Deputados e na Alepi. Com a redução no número de candidatos viáveis por partido, cresce a tendência de migração para pequenas legendas, que podem se beneficiar das chamadas “sobras” eleitorais.
Efeito nas chapas proporcionais
A manutenção do veto altera o cálculo político das coligações e chapas proporcionais. Com menos vagas disponíveis, partidos médios e grandes tendem a lançar menos candidatos, o que abre espaço para que partidos menores atraiam nomes em busca de viabilidade eleitoral. Essa movimentação pode fragmentar ainda mais o cenário partidário, especialmente em estados como o Piauí, onde o número de cadeiras é limitado.
Redistribuição obrigatória até outubro
O STF determinou que, caso o Congresso não aprove uma nova regra de redistribuição até 4 de outubro de 2025, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definir a nova composição da Câmara com base nos dados populacionais atualizados. A medida visa corrigir distorções na representatividade entre os estados, mas tem gerado resistência política, especialmente entre parlamentares que poderiam perder espaço.
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